Ah! O Cinema... A Sétima Arte!

Uma linguagem transversal que dialoga com contextos históricos e geográficos, literários, filosóficos e sociológicos.

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A utilização de imagens é recente no ensino e o filme cinematográfico aparece como matéria prima privilegiada em aulas de diversas disciplinas. O filme é sempre uma forma de expressão de uma certa cultura inscrita em um determinado contexto sócio-histórico. Uma linguagem transversal que dialoga com contextos históricos e geográficos, literários, filosóficos e sociológicos.

Nesse espaço iremos compartilhar as diversas possibilidades que a linguagem cinematográfica pode ser utilizada como um instrumento de reflexão sobre a sociedade e seus modos de ser: costumes, crenças, visões de mundo, comportamentos e técnicas próprias de determinada época podem ser identificadas em um filme. 

É claro que em revistas populares e programas de rádio, bestsellers, anúncios, modismos na linguagem e outros produtos sedimentares da vida cultural de um povo também fornecem informações valiosas. Mas o cinema excede a todas as outras mídias.
SIEGFRIED KRACAUER

Segundo o professor William Reis Meirelles, doutor em História e Sociedade pela UNESP-SP, “através do filme podemos observar nos seus personagens a distribuição dos papéis sociais e os esquemas culturais que identificam os seus lugares na sociedade. As lutas, reivindicações e desafios presentes no enredo e os diversos grupos envolvidos nessas ações. O modo como aparece representada a organização social, as hierarquias e as relações sociais. Como são percebidos e mostrados pelos cineastas: lugares, fatos, eventos, tipos sociais, relações entre campo e cidade, rico e pobre, centro e periferia, etc.”

Por esse motivo iremos indicar, aqui, alguns filmes importantes que, mais que complementar a formação acadêmica dos nossos estudantes, agregam reflexão mais profunda da confrontação de experiências, memórias, histórias sobre os processos de lutas e os imaginários sociais. 

Para começar  nosso diálogo, vamos indicar um filme de produção nacional, que expressa uma das feridas abertas na história do Brasil que é a questão racial. O dia 20 de novembro tornou-se data oficial para reflexão sobre a condição da população negra na nossa sociedade, por isso a data não é comemorativa mais reflexiva: o dia  da “consciência negra”.  

Ó paí, ÓÓ paí, Ó

Protagonizado por Lázaro Ramos, o longa retrata a vida de pessoas que moram em um cortiço no Pelourinho, durante o período de carnaval. A história traz uma série de referências a conflitos raciais e violência contra jovens negros na capital baiana, que não difere da realidade que se vê em outras metrópoles do Brasil.

Nós adoraríamos que você comentasse aqui sua impressão do filme e de que maneira ele se relaciona com a realidade da população negra no Brasil. 

FIQUE ATENTO! UNIRG TEM INDICAÇÃO DE OBRA LITERÁRIA QUE FOI BASE PARA FILME NACIONAL EM 1998.

Outra indicação que não poderia faltar é um filme de produção nacional que se baseou na literatura do escritor pré-modernista Lima Barreto(1881-1922), “O Triste fim de Policarpo Quaresma”. Trata-se de um dos maiores clássicos da literatura brasileira do período. Os vestibulandos que fiquem atentos, pois  a  UNIRG cobrará essa obra na sua prova que ocorrerá dia 01 de dezembro de 2019.

O contexto histórico de uma obra indica, através de circunstâncias ou fatos, a época em que a história acontece. Essa indicação pode ocorrer por meio de um cenário político, social, cultural e/ou econômico.

O Triste fim de Policarpo Quaresma conta uma história que teve lugar durante o governo de Marechal Floriano Peixoto (conhecido como Marechal de Ferro por conta de seu rigor), que ocorreu entre 1891 e 1894.

O autor faz referências, por exemplo, à Revolta da Armada, rebelião organizada pela Marinha brasileira para fazer oposição aos dois primeiros governos republicanos do Brasil, que cada vez mais apresentavam características da ditadura: primeiramente o governo de Marechal Deodoro da Fonseca e, em seguida, o governo do Marechal Floriano Peixoto.

Além de o contexto histórico de Triste fim de Policarpo Quaresma ter como base o governo ditatorial de Floriano Peixoto, o autor também fez críticas sociais a algumas questões da sociedade dessa época, como, por exemplo, a troca de favores políticos, as injustiças sociais e a burocracia.

Estilo literário da obra Triste fim de Policarpo Quaresma é um romance pré-modernista.

Dentre as características pré-modernistas presentes na obra, destacam-se as seguintes:

    • Nacionalismo e regionalismo.
    • Denúncia social.
    • Temas históricos e cotidianos.
    • Linguagem coloquial.

É importante referir que, para muitos estudiosos, o Pré-modernismo não é considerado uma escola literária por possuir várias produções artísticas e literárias de estilos diferentes.

ENJOY!!!

04

12/2019

Martha Melo Carvalho
Martha Melo Carvalho

Graduação em História (Bacharelado e Licenciatura) pela Universidade Federal de Goiás. Pós-graduada em História Cultural pela Universidade Federal de Goiás e em Psicopedagogia, pela Universidade Católica Dom Bosco. Cursando mestrado profissional em Ensino de História/ UFT. Professora do cursinho pré-vestibular Colégio Santa Cruz, Professora Instituto Federal do Tocantins, campus de Araguaína.