História, Memória e Cidadania

A História continua tendo papel relevante na formação e preparação dos sujeitos para a vida social

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A história costuma ser definida como uma ciência com grande capacidade de lembrar. Poucos se lembram, porém, do quanto ela é capaz de esquecer. O passado nunca foi, o passado continua, e tais elementos como patriarcalismo, corrupção, discriminação racial-gênero-religião tendem reaparecer de maneira mais incisiva sob a forma de governos extremistas que propagam o discurso de ódio. Vivemos um período de recessão democrática, de cisão social em torno de questões comportamentais, terreno fértil para que velhas feridas históricas sejam mobilizadas por políticos que, de forma oportuna, pretendem ter saudade de um tempo que não volta mais.

Todo governo procura usar a história a seu favor. No entanto, não por coincidência, governos extremistas costumam criar a sua própria história. Dessa forma, vemos a função da história, deixar um lembrete sobre aquilo que se costuma esquecer. Já dizia Emília Viotti da Costa: "um povo sem memória é um povo sem história. E um povo sem história está fadado a cometer, no presente e no futuro, os mesmos erros do passado."

Em um cenário de crise política, essa é uma questão elementar. Por falta de conhecimentos históricos, vemos muitos tomando opiniões de outros, tomando-as como verdades sem que haja uma reflexão crítica a respeito. É nesse contexto também que muitos podem abraçar causas que vão diretamente contra a liberdade individual, o Estado Democrático de Direito.

Assim sendo, é indiscutível que precisamos lutar pela propagação do conhecimento, principalmente de nossa História, para que evitemos disseminar preconceitos, verdades criadas, falsos heróis, entre tantas outras questões. Segundo Eric Hobsbawn, os historiadores são responsáveis pela compilação e constituição da memória coletiva, os indivíduos contemporâneos têm de confiar neles. A História continua tendo, papel relevante na formação e preparação dos sujeitos para a vida social, através de suas experiências e auxilia na construção da democracia e da cidadania.

Existem várias maneiras de compreender a história, começando pela a noção de identidade local, regional, nacional e internacional, onde o indivíduo passa a interagir com o seu meio social. Mas ensinar e aprender História requer uma avaliação profunda do papel formativo da disciplina, ou seja, deve-se pensar nela como um saber, que possui uma função relevante na construção da consciência histórica do homem.

Dessa forma, ela, além de apresentar o passado, promove o entendimento do presente e o planejamento de ações futuras, especificamente, permanecem hoje com a característica da formação para a cidadania e a expansão dos direitos, reafirmando a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico, além de contribuir para a formação humana e cidadã do indivíduo.

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11/2019

Pedro Rogério
Pedro Rogério

33 anos, casado, com extrema dedicação e comprometimento com uma educação de qualidade, crítica e cidadã. Graduado em História- Licenciatura - Especialista, Centro Universitário Luterano de Palmas – CEULP/ULBRA, Palmas - TO (2008). Professor da educação básica desde ano 2005.